Acessibilidade
Cinco anos após o lançamento, League of Legends: Wild Rift se consolida como uma das maiores apostas da Riot Games para o universo mobile e como um símbolo da expansão global da cultura gamer. A versão para celulares do fenômeno League of Legends nasceu com a missão de traduzir para novas plataformas toda a complexidade e o espírito competitivo do jogo original, sem perder sua essência. Em 2025, o título celebra não apenas uma comunidade engajada e crescente, mas também o amadurecimento de uma estratégia que entende o mobile como a principal ponte entre o entretenimento digital e a vida cotidiana.
Para Derek Chan, Head de Publishing de Wild Rift, área que cuida de tudo o que acontece fora do jogo (marketing, comunidade, insights, parcerias) o que transforma o jogo em uma plataforma viva, conectada e cultural. Um ótimo exemplo é Arcane, que mostra o poder da publicação além do jogo em si.o Wild Rift representa a intersecção entre tecnologia, cultura e acessibilidade. “O mobile é o companheiro indispensável das pessoas, ele está sempre com você. É natural que também seja uma plataforma de games”, explica. Segundo ele, o sucesso do jogo está diretamente ligado à capacidade da Riot de ouvir os jogadores, adaptar experiências e criar uma relação de longo prazo com as comunidades locais. “Os jogadores não são consumidores passivos. Eles são inteligentes, vocais e apaixonados. Nosso papel é manter um diálogo constante com eles”, afirma.
Essa proximidade ganha ainda mais força na América Latina, especialmente no Brasil, um dos mercados mais vibrantes para a Riot. Quem lidera essa frente agora é Diego Martinez, então country-manager da Riot no Brasil, que recentemente assumiu a função de Head de Publishing de Wild Rift para a região. Ele tem o desafio de aprofundar a conexão do jogo com a comunidade brasileira, ampliando parcerias culturais e comerciais, e mantendo o tom de autenticidade que transformou a marca em um fenômeno entre os jogadores locais.
Forbes Brasil – Você trabalhou em empresas como Supercell, Zynga, Google, EA e Ubisoft e agora a Riot, qual é o seu maior desafio nesta nova fase?
Derek Chan – Acho que são desafios comuns a toda a indústria, não apenas à Riot. Venho do Vale do Silício, vivi a transformação tecnológica desde os anos 1980: semicondutores, a popularização da internet, o boom do .com, redes sociais, metaverso, Web3 e agora a inteligência artificial. De tudo isso, aprendi duas coisas fundamentais: primeiro, a importância de manter um diálogo constante e disciplinado com os jogadores; segundo, entender que vivemos um tempo de mudança constante. Os jogadores são diferentes dos consumidores comuns inteligentes, apaixonados, vocais e pioneiros. Eles dizem o que querem e esperam ser ouvidos. Esse diálogo é um privilégio.
FB – IA é um tema novo para muitas indústrias, mas não para os games, como ela impacta o trabalho da Riot hoje?
Derek – A IA está transformando o trabalho de todos. Na Riot, estamos constantemente avaliando como essas ferramentas podem ajudar nossos times a trabalhar de forma mais eficaz e criativa. Mas sempre deixamos claro: a IA é um multiplicador de força, não um substituto da criatividade humana. Temos pessoas incrivelmente criativas e nosso compromisso é que a alma e a imaginação humanas continuem no centro da experiência dos jogadores.
Forbes Brasil – Wild Rift completa cinco anos, por que a plataforma mobile é tão importante para vocês?
Derek – O mobile é o companheiro indispensável das pessoas. Ele está com você o tempo todo — conecta sua vida, seus amigos, suas finanças. É natural que também seja uma plataforma de games. Hoje há mais de 3 bilhões de jogadores mobile no mundo, mais do que em PC ou console. Os jogos mobile deixaram de ser simples: agora exigem excelência em serviço, escuta constante das comunidades e adaptação global com relevância local. É por isso que temos equipes regionais, como a do Diego aqui no Brasil, para manter essa conexão autêntica com os jogadores.
Forbes Brasil – E como as marcas podem se conectar a esse ecossistema?
Derek – O primeiro passo é entender que esse é um ambiente ativo, não passivo. Jogar não é assistir, é participar, competir, colaborar. As marcas precisam se conectar a esse espírito.
Forbes Brasil – O que executivos e empreendedores — mesmo fora da indústria — deveriam entender sobre o universo dos games?
Derek – O jogo é uma das formas mais mainstream de entretenimento no mundo. São 3 bilhões de jogadores globalmente. Eles são apaixonados, engajados e moldam a cultura. Entrar nesse ecossistema é uma oportunidade de acesso e conexão profunda com o público — especialmente no Brasil, onde a paixão é única. Os jogos não são o futuro; eles são o presente.