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A última década foi a era do gigantismo da IA: modelos cada vez maiores, consumindo bilhões de parâmetros, energia e recursos. Eles impressionaram, mas também deixaram evidente uma equação insustentável. A resposta não está em modelos cada vez maiores, mas em soluções mais inteligentes, eficientes e transparentes.
É nesse contexto que a Inteligência Artificial Neurosimbólica (IANS) ganha relevância. Ao unir aprendizado neural e raciocínio lógico, ela abre caminho para sistemas capazes de aprender com dados e, ao mesmo tempo, explicar suas decisões. Essa combinação não apenas reduz custos e amplia eficiência, mas oferece algo que o mercado global exige: confiabilidade em escala.
Acredito que esse é um divisor de águas. Empresas de setores como saúde, finanças e direito já começam a perceber o valor de sistemas auditáveis, que fornecem diagnósticos claros e decisões regulatórias transparentes. Esse movimento vai se intensificar.
Vejo ainda uma convergência estratégica entre a Inteligencia Artificial Neurosimbólica (IANS) e a chamada IA Agêntica. Se a IANS oferece clareza e confiança, a IA Agêntica leva isso à prática, transformando raciocínio estruturado em ações autônomas. Juntas, representam a próxima geração de soluções empresariais: capazes de integrar processos legados, lidar com dados complexos e criar fluxos de decisão mais ágeis e inteligentes.
Não se trata de uma escolha, mas de uma inevitabilidade, movida por três forças que nenhum setor pode ignorar:
- A crescente pressão regulatória, que exige transparência;
- O desafio energético da IA generativa;
- E a necessidade, cada vez maior, de decisões confiáveis em tempo real.
É verdade que ainda existem barreiras técnicas, mas a direção é clara. A próxima etapa da Inteligência Artificial será híbrida, combinando escala, lógica e explicabilidade. Empresas que se anteciparem terão não apenas ganhos operacionais, mas também liderança em um mercado cada vez mais competitivo.
Estamos diante de uma oportunidade única. A IA não deve ser vista com ceticismo, mas com confiança estratégica. O que está em jogo não é apenas eficiência, mas a capacidade de transformar negócios e criar valor real para a sociedade. O futuro da IA é neurosimbólico. E esse futuro já está em movimento.
Marcelo Ciasca é CEO Brasil do Grupo Stefanini.
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