Lançado no último dia 12 de agosto, o VW Tera fez sua primeira estreia fora do mercado brasileiro. O primeiro lugar onde o novo modelo começará a desembarcar será a Argentina, tendo exatamente o mesmo posicionamento que no Brasil: entre Polo e Nivus. Entretanto, o que realmente chama a atenção é que o novo SUV será menos seguro no país vizinho.
Diferente do nosso Tera, o modelo argentino não contará com frenagem autônoma de série, item que o ajudou a obter nota máxima durante bateria de testes do Latin NCAP divulgados em meados de junho. O acessório será vendido com um pacote opcional vendido por 483 mil pesos (R$ 2.001) na versão de entrada, Trend, e 800 mil pesos (R$ 3.336) na intermediária, Comfort.
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Fonte: Motor1 Argentina
Durante a apresentação do VW Tera, nossos colegas do Motor1.com Argentina questionaram Francesco Pecchia, gerente de produto da marca no país, sobre a decisão de vender o SUV sem alguns dos equipamentos de segurança que garantiram as cinco estrelas no Latin NCAP.
Pecchia admitiu que a escolha foi deliberada e parte da estratégia comercial da Volkswagen Argentina. Segundo ele, a ideia era “ter a melhor proposta de valor” e garantir as cinco estrelas com o mínimo necessário — no caso, seis airbags de série e uma estrutura bem avaliada nos testes de colisão.

Francesco Pecchia, gerente de produto da VW Argentina
Foto de: Motor1 Argentina
Outros recursos importantes, como frenagem autônoma de emergência e controle de cruzeiro adaptativo foram retirados das versões de entrada e intermediária, tornando-se opcionais apenas nas Trend e Comfort, e de série nas High e Outfit.
O pacote com a frenagem autônoma de emergência também adiciona o controle de cruzeiro adaptativo, elevando o preço para a versão Comfort. Pecchia justificou que, pela experiência do T-Cross, apenas 20% a 30% dos clientes costumam pagar por esses recursos. Por isso, a rede terá unidades no estoque com e sem esses itens — deixando na mão do comprador a decisão de investir (ou não) em tecnologias que podem salvar vidas.
Questionado sobre a diferença para o mercado brasileiro, onde os sistemas são de série desde a versão mais básica, o executivo alegou que cada país segue suas próprias regras e incentivos fiscais. “Na Argentina, não há exigência legal, então oferecemos como série só nas versões mais completas. Quem quiser, pode pagar um pouco mais; quem não quiser, paga menos”, disse.

Volkswagen Tera será vendido em quatro versões no mercado argentino
Foto de: Motor1 Argentina
A estratégia levanta um ponto sensível: a VW optou por não equipar de fábrica todos os Tera vendidos no país com sistemas que comprovadamente aumentam a segurança, mesmo tendo condições técnicas de fazê-lo e já aplicando essa configuração em outros mercados.
Apesar disso, as projeções são otimistas. A alemã espera vender entre 1.000 e 1.500 unidades por mês na Argentina no primeiro ano, colocando o Tera entre os três modelos mais vendidos da marca na por lá em até três anos. Pecchia reconhece que o SUV pode atrair clientes de modelos como Polo e Nivus, mas acredita que há espaço para todos.

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Fonte: Volkswagen
Taos muda de nacionalidade até o fim do ano
Além de falar sobre o novo Tera, Francesco Pecchia, gerente de produto da Volkswagen Argentina, reafirmou uma informação já divulgada pela montadora: o Taos deixará de ser produzido em Pacheco (ARG) e passará a ser importado do México. A mudança virá acompanhada de uma reestilização visual, com lançamento previsto no país “mais próximo do fim do ano”.
A confirmação repete o que a VW anunciou em abril, junto com o investimento de US$ 580 milhões para fabricar a nova geração da Amarok na Argentina. Na ocasião, a marca também comunicou o fim da montagem do Taos no país, onde o SUV é produzido desde 2020. Segundo a imprensa local, o modelo foi classificado como um dos “carros redundantes”, cedendo espaço na fábrica para veículos com maior retorno comercial.